quarta-feira, 14 de julho de 2010

A noite esconde

No centro da cidade
nós vemos toda a verdade
a noite cobre os olhos
e os ratos saem de suas tocas

Atrás, baratas asquerosas
famintas pelo resto
andando no meio de todos
sem que ninguém perceba

Com todos de olhos vendados
pessoas dormem em seus cantos
Ventos frios invadem sua pele
e respiram o péssimo ar que pra elas sobraram

O vazio toma conta da noite
lixos dançam ao vento
a solidão invade a mente
e já não vêem a hora de tudo isso acabar

O inesperado fim
já não faz diferença
só teria se tivesse algo a perder
talvez um fim seria um novo começo

Os corvos com seus olhos fixados
olham aquilo que te faz gemer de dor
e aguardam o ultimo suspiro
e aguardam sua patética refeição

Com olhos fechados
mas sempre abertos
na noite de um lugar
onde a luz é uma eterna escuridão

A longa e fria escuridão se vai
os ratos aguardam a visão se esvair novamente
Nós ligamos nossa diária vida monótona
e eles continuam no seu inferno.
Autor: K. Rodrigues

Um comentário:

Vanessa Lima disse...

Pois é...
Eu vejo isso todas as noites. E a minha alma humana não deixa de se comover, mas tristemente não vejo modo de ajudar.
Acho que a noite mascara vidas, que para muitos estão perdidas, mas com um pouco de esforço podem ser reencontradas!

Beijos!

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