quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Sucessivamente


   Então me sento de madrugada na poltrona da sala com minha caneca, que gosto tanto, do meu lado na mesa de centro, cheia de achocolatado. Pois é, não café. Café a essas horas não cairia bem. Horas que não quero mais ficar acordado, horas que me esqueço quando acordo, horas que o que desejo é aquietar a minha mente, aquietar os pensamentos que assombram coisas ruins. É como se existisse uma parte inquieta sempre, que discorda, que briga, que quer brigar, que quer colocar raiva pra fora e mostrar que há algo de estranho, que eu seria melhor se deixasse ele sair. Então alguém manda isso se calar, mas parece que isso não escuta. Talvez está fundo o bastante pra não ouvir o que vem de fora, mais da superfície.

   Agora, vendo um fundo cristalino de um copo, me lembro que li outro dia que a mente prega peças. A minha vive com um martelo na mão, mas não sei se é para pregar mais uma ou se é pra somente martelar , martelar e martelar... sucessivamente. 

Autor: Kelvin Rodrigues
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