Então me sento de madrugada na poltrona da sala com minha caneca, que gosto tanto, do meu lado na mesa de centro, cheia de achocolatado. Pois é, não café. Café a essas horas não cairia bem. Horas que não quero mais ficar acordado, horas que me esqueço quando acordo, horas que o que desejo é aquietar a minha mente, aquietar os pensamentos que assombram coisas ruins. É como se existisse uma parte inquieta sempre, que discorda, que briga, que quer brigar, que quer colocar raiva pra fora e mostrar que há algo de estranho, que eu seria melhor se deixasse ele sair. Então alguém manda isso se calar, mas parece que isso não escuta. Talvez está fundo o bastante pra não ouvir o que vem de fora, mais da superfície.
Agora, vendo um fundo cristalino de um copo, me lembro que li outro dia que a mente prega peças. A minha vive com um martelo na mão, mas não sei se é para pregar mais uma ou se é pra somente martelar , martelar e martelar... sucessivamente.
Autor: Kelvin Rodrigues