segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Gravidade

Vida de chão e ceu dependem um do outro,
depende do chao a chuva e da chuva o chao.
Ligados por algo natural,
gravidade e necessidade,
amor, sentimento de verdade.
Voce é meu céu,
nosso amor,
nossa gravidade.
Autor: Kelvin Rodrigues Ferreira

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Digo dizendo

Choro,
Sorriso chorado,
Sorriso ridente,
descendente.
As vezes sem mente.

Sorriso,
sem choro presente,
de choro sem dente,
de data passada.
Sem data cantada.

Presente,
passado,
futuro,

espero quando sem rumo
ver parada no fundo,
uma cor,
uma flor,
do brilho do mundo.

Sintomas são,
de algo antes sem nome.
Soma de pronome,
que ainda não sei dar nome.

Mas sei:
plural de singulares
viram singular de plural,

assim sem rima,
sem tom,
sem nada
se é.

Se se
só se precisa-se
de ser um
para rima
se fazer em o que é.

Autor: Kelvin Rodrigues Ferreira

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Tomas Tranströmer

O ornitorrinco
Vez por outra Deus pede
licença à natureza e
faz uma piada.
Tomas Tranströmer

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Citação de Carta de Caio F. Abreu


"Você quer mesmo escrever? Isolando as cobranças, você continua querendo? Então vai, remexe fundo, como diz um poeta gaúcho, Gabriel de Britto Velho, "apaga o cigarro no peito / diz pra ti o que não gostas de ouvir / diz tudo". Isso é escrever. Tira sangue com as unhas. E não importa a forma, não importa a "função social", nem nada, não importa que, a princípio, seja apenas uma espécie de auto-exorcismo. Mas tem que sangrar a-bun-dan-te-men-te. Você não está com medo dessa entrega? Porque dói, dói, dói."

Caio Fernando Abreu.
Certo-incerto-certo medo.

domingo, 6 de novembro de 2011

Momentos Fotogênicos #4

Secamente #4.1
Arvore seca, praça entre as ruas guajajaras e goiás, BH
Seco é sem querer.
Se querer é, então colorido
não consegue ser.
Nesses galhos sem frutos,
nessas suas larvas escondidas,
que seus próprios pássaros comem,
só deixa ser sem se deixar ser,
deixa isso para outros,
até ver suas folhas caírem.
Como fazer para ter seu próprio sol,
se ele não consegue usar o de todos?

Oi flores #4.2
Praça Liberdade, BH, Primavera
Oi jardim
de dentro de mim
te vejo assim,
florido,
Oh lindo colorido!
Cores tão liricas,
onde preto e branco
só contornam cores e odores
de cheiros de perfumes
tão próprio e tão nosso.
Oi jardim do dia inteiro.
Oi jardineiro.

Único Sentimento #4.3
Tifani, gata de estimação.
-Por que descreveu um gato assim:
"Bixo idiota que não sabe o próprio nome. Bixo esperto que não tem nome.
Felino manso de olhar 'fofo'. Arisco felino de olhar profundo.
Animal de estimação que lindo com lã. Animal livre de impulso e curiosidade fugitiva. 
Só por que dizem ter um nome, não tem um,
sem influência, por trás dos seus olhos espertos,
enganando e manipulando outros."?
- Empatia.


Autor: Kelvin Rodrigues Ferreira


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