Costuma-se classificar a trajetória poética de Carlos Drumond de Andrade segundo fases com características temáticas, formais e problemáticas, tanto quanto possível comuns, afins.
Assim em sua primeira fase, teríamos uma poesia em que, de fato, o coração do poeta é mais vasto que o mundo, nele (coração) cabendo talvez todas as dores e todos os acontecidos. A segunda fase, repensada, espécie de reformulação, implica em profissão de fé do autor, no sentido de que, na verdade, o coração de (de um) poeta é bem menor que o mundo, poeta-gente, pé no chão, sofrido e suado e muito batalhado. Uma terceira fase levaria o autor a exercícios e posturas formais, diante do fenômeno poético, diríamos versos bem-comportados em termos de estrutura formal, enigmas não muito claros.
Finalmente, o poeta no tempo do boi, o boitempo de busca dos tempos ontem, relembranças e espécie de "cabelos ao vento" de um menino nem tão antigo assim.
Nada disso, porém impediu que as fases (todas) estivessem umas nas outras, "se misturando", envolvendo-se e oferecendo, isto sim, componentes iterativos, certas constantes, inevitáveis por partirem da mesma fonte.
O melhor da poesia Brasileira, Autores.
Carlos Drumond A. 1902~1987 |