Penso que tal imensidão azul
possui sentimentos próprios.
Quando está alegre nos presenteia
com um azul profundo, livido e vivo.
Pássaros se curvam à sua grandeza,
voando de um lado para o outro,
sem destino certo.
Já, quando está triste,
o céu se apresenta de maneira marcante,
tons de cinza escuro tomam o lugar da alegria.
Esbravejam estrondos monstruosos,
como se tivessem extravasando toda sua fúria.
No final o que sobra é a tristeza.
E o céu chora,
chora como uma criança que leva um tombo de bicicleta,
chora até secar.
É curioso notar como o céu se recupera de suas lesões.
Ele nos da a noite,
repleta de estrelas que brilham intensamente
como se fosse a primeira vez de cada uma delas.
Humildemente, ele também permite a entrada da lua.
Que mais brilhante que qualquer estrela,
transborda a tranquilidade e o sentimento de conformismo.
Qual seria o mistério do céu?
Autora: Camila Domingues
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